O resumo de 2021. O melhor que Guimarães teve em ano do “novo normal”

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Como habitualmente o FreePass Guimarães apresenta o resumo do ano. Neste ano de 2021, marcado pela “normalização” da pandemia, houve muito para reter entre os meses de janeiro e dezembro.

Os melhores espetáculos, mudanças no quotidiano, street art a florescer nas ruas de Guimarães, não faltou nada a um ano que ficou marcado pelo início do processo de vacinação, com os vimaranenses a adaptarem-se à pandemia, e a garantirem um ano “saudável” para todo o concelho. O resumo destes acontecimentos em imagens podem também ser acompanhados via secção de fotografias do Facebook.

Entretanto aqui vão alguns destaques do ano:

JANEIRO

2021 não arrancou bem. Inúmeros casos de covid-19 levaram ao encerramento quase total de toda a atividade económica nos dois primeiros meses do ano. Apenas em março é que Portugal iria dar início a uma reabertura progressiva a par das implementações de centros de vacinação por todo o país.

Mesmo com tudo fechado, as artes em Guimarães mantiveram-se a trabalhar. Entre vários contactos, foram elaborados planos entre instituições e artistas locais para produzirem conteúdos para a plataforma Em Guimarães. Os resultados não podiam ter sido melhores com um setor desprotegido a garantir trabalho em tempos completamente parados. IMPACTA, CLAV Sessions, O Percurso, Em Guimarães, Conversas Pintadas, Revolve e Convívio, foram alguns projetos a criar conteúdos.

FEVEREIRO

Com as salas de espetáculo fechadas, os museus ganhariam uma nova importância com a abertura de portas ao público. O governo lançaria neste mês de fevereiro um decreto que garantia a entrada nestes espaços de forma gratuita a todos os residentes em território nacional aos domingos.

Neste mês de fevereiro iniciava-se também o processo de vacinação massivo em Guimarães. As principais naves do pavilhão Multiusos iriam servir grande parte da população não só de Guimarães como de outros concelhos vizinhos. Foram administradas mais de 250 mil vacinas ao longo de vários meses.

MARÇO

Estava “desatado” o nó de Silvares. A revolução rodoviária desta parte do concelho sairia ainda com duas novas estradas a ligar vários trajetos e infraestruturas privadas como foi o caso dos retail parks onde se encontram a Decathlon e o Mercadona.

Março foi também o mês de arranque das obras para as futuras Ecovias do Ave e, mais tarde, do Selho. Contudo, estes projetos poderão de ser longos e demorados, para uma natural adaptação dos animais a estes novos caminhos ribeirinhos. A abertura de alguns destes trilhos, com praias fluviais e zonas de pesca desportiva, deverá acontecer ao longo de 2022 e 2023.

Na cultura foi o cinema em Guimarães a dar os primeiros passos para o regresso do público à cultura. As sessões regulares do Cineclube e do Shortcutz Guimarães que vinham a ser adiadas, abriram as primeiras portas ao público no fim do mês de março.

ABRIL

A reabertura dos espaços culturais prevista para abril iria ser marcada por diversas inaugurações em todos os museus da cidade. Do CIAJG ao Palácio Vila Flor, da Sociedade Martins Sarmento ao CAAA, este era um mês com uma enorme atividade cultural e com grandes exposições de artistas nacionais e internacionais em Guimarães.

A par das inaugurações, haveria também espaço para descentralizar a arte contemporânea colocando-a sob os olhares dos transeuntes. “Se o público não vai à arte, a arte vem ao espaço público” afirmava Nuno Machado, o autor da primeira Micro Galeria de Arte do país, projeto que abriu na Alameda de S. Dâmaso.

O teatro cumpria também o seu papel de fazer abrir portas ao público. Das primeiras peças em agenda, destaque para “pequenas” produções de companhias locais, a Astronauta nos Espaços Criativos, DEMO na Horta Pedagógica, entre outras, ensaiavam e apresentavam as suas novas criações; criações essas que ficaram na gaveta durante longos meses.

MAIO

A preparação do regresso do público aos espaços culturais foi pensada em conjunto entre Município de Guimarães, artistas, agentes culturais e instituições locais. Em diversas reuniões foram debatidas ideias, lançadas questões e foi apontado um caminho para o futuro das artes em Guimarães com a envolvência de todos. O projeto Bairro C era também desafiado para a envolvência dos artistas locais.

Também as grandes produções começavam a ocupar a agenda cultural de Guimarães. Entre as várias que se apresentaram nos palcos citadinos o destaque vai para “Perfil Perdido” de Marco Martins com Beatriz Batarda e Romeu Runa. Um espetáculo que se repetiu por duas vezes na cidade berço, algo comum desde que a pandemia retirou “lugares” à lotação do público.

JUNHO

Um dos primeiros festivais a subir à tona do dilúvio pandémico de 2021 foram os Festivais Gil Vicente organizados pela cooperativa local Oficina. Profissionais e não-profissionais rodariam de palco em palco para mostrar algumas das mais intrigantes epopeias teatrais. Seis companhias vimaranenses tiveram também o seu destaque neste festival.

A chamada “contra-cultura” começaria também a ganhar forma neste ano de 2021. A primeira aposta recaiu no Festival Estalo que ocupou o Instituto de Design com mercados, concertos, palestras e muita discussão à volta de um tema sensível.

Junho era também o mês de consagração e regresso de dois ciclos musicais muito aguardados pelo público. Terra e EGO ocupariam, maioritariamente, a blackbox do CIAJG com músicas do mundo e a sede d’Os 20 Arautos com música mais experimental; tudo sob a escolta da associação vimaranense Capivara Azul.

JUNHO

O desconfinamento avançava e Guimarães seria uma das cidades mais exemplares com uma boa taxa de vacinação e poucos casos de contágio. A decorrer estava também o Europeu de Football, que chegou com um ano de atraso, e que viria a dar uma nova vida às esplanadas do centro histórico da cidade berço.

De forma súbita, Guimarães perderia uma das principais figuras do desporto local e nacional. Neno, de apenas 59 anos, teve honras de toda a cidade na sua despedida.

Na cultura, Guimarães mostrava-se com uma agitação fora do normal. Concertos de Manel Cruz nos Banhos Velhos e de PZ em Serzedelo foram dois bons exemplos de um regresso muito aguardado do público à música. Contudo a agenda ficaria ainda mais preenchida com várias iniciativas um pouco por todo o concelho e em espaços ao ar livre.

Os 10 anos de Feira Afonsina também não poderiam ficar esquecidos. A grande festa medieval foi contida mas serviu para relembrar todo o processo e o impacto que esta tem na cidade berço de Portugal. Apesar de tudo, esta adaptação aos novos tempos ainda levou muitos vimaranenses aos jardins do Paço dos Duques de Bragança.

JULHO

Mês de afirmação das animações de rua não se ficou pelo papel. Diversos programas culturais saíram dos interiores, como foram os exemplos do Lufada com nomes como Bruno Pernadas ou Bruno Santos com Ricardo Toscano, o festival de música erudita Guimarães Allegro ou a noite de canções e filmes icónicos do Cineclube de Guimarães. Todos estes programas tiveram lotação esgotada.

Julho é também sinónimo de circo em quatro cidades do baixo Minho. A caravana do Vaudevile Rendez-Vous passou por Guimarães com várias apresentações de se lhe tirar o chapéu. O festival de novo circo contemporâneo convence, ano após ano, dezenas de vimaranenses a espreitarem a magia das acrobacias de diversos coletivos nacionais e internacionais.

A arte urbana começava também a ganhar formas no Bairro C. O projeto que quer colocar a zona baixa da cidade na UNESCO e nos principais destaques artísticos do país e do mundo, mostrou várias obras de artistas locais e nacionais em diversos locais da cidade de Guimarães. O Mural das Gualterianas ou a intervenção da artista Kruella na Avenida Conde Margaride foram alguns dos exemplos.

Depois de uma grande intervenção de reabilitação, eis que surge um renovado jardim/claustro da Sociedade Martins Sarmento. Mais visibilidade aos feitos e achados arqueológicos do concelho foram alguns dos objetivos desta importante obra nesta instituição vimaranense para mostrar ao público, itens de tempos longínquos.

AGOSTO

Sem a habitual Marcha Gualteriana, o mês de agosto fica marcado pela enorme exposição dos obreiros da marcha no Largo do Toural e na Alameda S. Dâmaso. Milhares de pessoas conseguiram assim celebrar umas importantes festas da cidade de forma adaptada aos novos tempos. Este ano as festas contaram com o regresso da Feira de Artesanato.

A música marcou a agenda do mês de agosto com diversas iniciativas. Os regressos dos festivais L’Agosto na cerca do Museu de Alberto Sampaio e do Vai-m’à Banda às tascas locais trouxeram um público desesperado por concertos e convívio enquanto se escuta “uns sons”. No entanto, os lugares marcados não permitiram uma grande “festa”.

De volta ao “interior” aconteceu o Musicall, um festival que quis conhecer de perto a realidade musical vimaranense com espaço e cachet para os artistas emergentes locais. O CCVF recebeu um total de quatro projetos artísticos num palco bem apetrechado para o efeito.

Outra excelente iniciativa surgiu da parceria entre a promotora Discos de Platão e do coletivo Outra Voz. “Bairro Coral” trouxe a Guimarães vários projetos nacionais que exploram a voz como principal elemento da sua arte. Conversas, desgarradas e apresentações marcaram este grande programa de verão.

Agosto não termina sem a habitual seleção de grandes filmes ao ar livre do Cineclube de Guimarães. De regresso à tão famosa Feira do Pão, as sessões decorreram ao longo do mês com uma grande escolha de filmes para todas as idades. Quase todas as sessões tiveram casa cheia.

SETEMBRO

Sílvia Perez Cruz arrasou em mais uma edição adaptada do Manta. Depois de conquistar as redes sociais, a cantora espanhola confirmou que o regresso aos espetáculos depois da pausa de verão faz-se com sorriso de orelha a orelha. O Manta aconteceu dentro de portas, esperemos que pelo último ano.

Se prémio houvesse para a melhor exposição do ano, esta poderia ser bem entregue à plataforma Magic Carpets que intervencionou dois espaços devolutos da cidade berço. Vários artistas internacionais estiveram a “residir” em Guimarães e trabalharam com a comunidade para criar duas grandes obras artísticas.

Guimarães viria a ficar no mapa da gastronomia nacional com uma das 7 Maravilhas da Nova Gastronomia em Portugal. Os autores do projeto de slow-food Cor de Tangerina conquistaram o tão desejado prémio que lhes trouxe centenas de entusiastas a provarem este prato.

Uma nova autoescada dos Bombeiros de Guimarães quase parou uma cidade. A apresentação deste novo equipamento, que custou mais de 900 mil euros, aconteceu no Largo do Toural e teve honras de estado com a mostra dos três grandes equipamentos que serviram o centro histórico ao longo do último século e meio.

OUTUBRO

O mês de outubro arrancou com um interessante projeto. A Ronda das Artes levou dezenas de pessoas a conhecer os espaços de criação e apresentação dos artistas vimaranenses e de várias instituições culturais. Em quatro viagens o público ficou a conhecer a realidade dos artistas locais assim como os seus modos de criação e preparação das obras.

A normalidade quase regressou ao Multiusos de Guimarães neste mês de outubro. O concerto de Seu Jorge e Alexandre Pires esgotou com quase 3 mil pessoas no interior. Ainda que a máscara e o certificado fossem obrigatórios, o público não quis deixar de marcar presença no evento cultural que levou mais gente em Guimarães desde há muitos meses.

O Gangue de Guimarães voltou a atacar os palcos da cidade. Depois de uma pequena mostra em julho passado, eis que surgem duas novas obras para o público apreciar no Centro Cultural Vila Flor. O teatro e a sua criação voltam assim a ganhar força para lançar novos talentos nos próximos anos.

Ideias para colocar a cultura em lugares seguros, para o público, não faltaram em Guimarães. O Festival Fora de Jogo foi um bom exemplo com várias atuações artísticas no recinto desportivo do Santiago Mascotelos FC que aproveitou para celebrar mais um aniversário.

O ano não iria terminar sem um grande destaque nas artes visuais. O Guimarães Project Room instalava-se pela segunda vez no Museu de Alberto Sampaio com uma nova fornalha de artistas locais e com conversas sobre a arte e os seus modelos de apresentação. O projeto promete regressar no próximo ano de 2022.

NOVEMBRO

Depois de muitos meses parados o maior projeto de comunidade vimaranense ergueu-se para apresentar um grande e novo espetáculo. “Os Que Nele Habitam” contou com uma grande produção, tudo pensado pela Outra Voz, e preencheu todo um grande auditório do CCVF.

Na melhor altura pandémica do ano deu-se o Mucho Flow. Os casos eram relativamente baixos e as medidas permitiam uma melhor apreciação dos eventos culturais o que tornou este evento num dos melhores festivais do ano. A música eletrónica foi a grande bandeira desta edição do Mucho Flow.

Também o Guimarães Jazz decorreu sem grandes percalços. O mais antigo festival de jazz do país mostrou-se com um grande cartaz, repleto de artistas internacionais, o que seria quase impensável, em tempos de pandemia. No entanto ficou uma boa nota para quem gosta de um jazz mais puro e erudito.

Duas novas instalações artísticas inauguraram no Bairro C no frio mês de novembro, todas de autoria vimaranense (Miguel Trigo, Luís Filipe Correia, Luís Canário Rocha e Rolando Ferreira). Numa pequena caminhada, o público consegue agora visualizar várias instalações neste pequeno bairro que cresce a olhos vistos.

Guimarães voltou a celebrar, ainda que de forma adaptada, as Festas Nicolinas. O Pinheiro ergueu-se sem que muitos se tenham apercebido e deu-se assim o arranque das mais antigas festas estudantis do país. Os vários números das Nicolinas foram também estes adaptados ao contexto atual.

DEZEMBRO

Foi o acontecimento desportivo do ano em Guimarães. O Multiusos de Guimarães recebeu o Campeonato Europeu de Ginástica TeamGym 2021, um evento que trouxe cerca de 500 atletas de toda a Europa à cidade berço e que por vários dias preencheu as redes sociais com muitas fotografias dos atletas, tanto na cidade, como nas três provas que decorreram durante os longos dias no Multisusos.

Um marco que colocou Guimarães no mapa internacional foi o selo da UNESCO atribuído ao centro histórico da cidade berço de Portugal há precisamente 20 anos. A data não passou em claro e as comemorações foram muitas com um destaque especial para a colocação de iluminações no Paço dos Duques e no Largo da Oliveira.

Estão apresentados os novos “verdinhos” de Guimarães. A GuimaBus arranca viagem a partir do dia 1 de janeiro (neste dia todas as viagens são gratuitas) com uma frota renovada, com autocarros pouco poluentes e um serviço que irá cobrir grande parte do concelho vimaranense.

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