Uma estratégia que chega com 10 anos de atraso

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Guimarães apresentou ao público uma estratégia universal para o turismo entre os anos de 2019-2029 e com várias lacunas no seu estudo. De salientar que esta não foi barata e surge numa altura em que toda parte do turismo em Portugal se refaz devido a problemas como o Brexit.

É a primeira vez que escrevo na secção desta magazine que, por muito que tenha feito um bom trabalho na promoção turística, cultural e lazer, esta não serve só para isso. Mas daí apontar como um bom exemplo para tentar explorar o que se fez nos últimos anos, algo que substituímos a muito esforço.

O FreePass faz parte de casos de estudo, trabalhos académicos e de menções de louvor em toda a parte. Deixa para trás outras plataformas semelhantes que disparam por todas as cidades portuguesas que pretendem apenas encher a barriga dos mais atentos. No entanto a nossa aposta na arte e na cultura foi sempre bem vista aos olhos e ouvidos (ainda) mais atentos.

Esta terça-feira fiz um esforço para ver e ouvir o novo estudo Guimarães Estratégica Turística 2019-2029. Não gostei. Foi um estudo que me fez pensar que se tivesse numa outra cidade os problemas e os resultados iriam ser os mesmos e, as propostas e soluções seriam muito semelhantes.

Entre algumas soluções apresentadas houve muitas que fizeram (e ainda fazem) parte do quotidiano vimaranense. O “tu fazes parte”, as visitas guiadas, um plano de comunicação do género do que o FreePass Guimarães faz foram algumas delas. Sinto-me com pena, pois sugeri-me aos responsáveis por esta estratégia, a partilha de algum do meu know-how desde o enorme feito de Guimarães 2012 a uma afamada Livraria Lello. Aos quais foram totalmente ignorados.

Sem entrar em muitos detalhes houve ainda falhas na atualização dos últimos acontecimentos que passaram por Guimarães, aos quais não foram praticados nenhuns atos de valorização do turismo. Falo, claro, de uma Liga das Nações, onde se percebeu a importância de deixar uma marca positiva nos adeptos das três seleções que invadiram a cidade e a região.

Os eventos, algo muito pouco falado nesta promoção, são um ponto fundamental na projeção turística. Mas não se mencionou. Acontecimentos como um TEDx, uma Liga das Nações, um Vai-m’à Banda ou um simples concerto de músicas do mundo num museu internacional são importantíssimos para a entrada dos bem-vindos “habitantes temporários”; que é realmente isso que precisamos.

De facto, é este o tipo de turista que queremos. O informado e o que chega para consumir. Seja nas dormidas, nos restaurantes ou nos próprios eventos. Se olharmos para os números e estatísticas reparamos que os eventos, sejam eles de que tipo for (desportivos, culturais, formativos), estes impulsam a economia e consumo. É dinheiro novo a entrar naquele que se encontra sempre a circular.

O FreePass tem, há muito tempo, feito um trabalho de colocar os vimaranenses no lugar certo à hora certa. Algo que foi ignorado neste estudo que apresentou, por sua vez, um plataforma semelhante para colocar a “garra vimaranense” a consumir o produto interno e assim espalhar a palavra. Este feito foi há muito realizado por cidades como o Porto ou Lisboa e que agora pensam noutros pontos, que tendem mais a ver com a logística, a habitação, o bem-estar dos cidadãos, algo que estamos com atraso de 10 anos.

Ivo Rainha
FreePass Guimarães
We Pub

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