Guimarães 2012 foi há 5 anos. O que mudou?

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A Capital Europeia da Cultura na cidade-berço teve o seu início a 21 de Janeiro de 2012. Cinco anos depois, há mudanças significativas no panorama cultural e criativo da cidade.

Onde antes havia uma cidade desconhecida, agora há uma cidade que se colocou no mapa. Teve destaque nos principais jornais de todo o mundo, como a “pequena, medieval e adorável cidade que se tornou uma capital europeia”, como referiu o Times, o Telegraph, entre outras publicações. Se Guimarães esteve nas bocas do mundo, foi nesta altura.

Sem uma data comemorativa, Guimarães escondeu a passagem de 2012. Mas os habitantes e comerciantes não esquecem e lembram o bom ano que se passou, com espectáculos de rua e muita actividade a vir de encontro às pessoas. Foi também um ano que fez lançar alguns projectos que estavam na gaveta dos vimaranenses como o noc noc (lançado no ano anterior, mas apoiado por 2012), Feira Afonsina, Instituto de Design, entre outros projectos culturais.

OS ESPAÇOS CULTURAIS
A marca da passagem da Capital Europeia da Cultura é a Plataforma das Artes. Com um enorme espaço museológico dentro, este não foi o primeiro centro cultural em Guimarães. O CAAA Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitectura e a Fábrica ASA deram cobertura a alguns dos primeiros grandes eventos de 2012. O ex-libris vimaranense abriria a meio do ano, no dia do município. Ainda assim, o epicentro cultural continua(va) a ser o Centro Cultural Vila Flor.

O COMÉRCIO
O comércio local aumentou em número de lojas, os espaços hoteleiros também, entregando à cidade uma oferta nunca antes vista. Na programação cultural também houve uma ocupação de espaços devolutos que agora se encontram todos ocupados e com negócios abertos. Hoje em dia há mais hotéis e restaurantes a darem uma cobertura ao crescimento turístico.

AS ARTES
Depois de um ano bombástico, a ressaca foi difícil de ultrapassar. Com um governo a pressionar para o encerramento da entidade organizadora, a Fundação Cidade de Guimarães cumpriu e pouco deixou à cidade. Os para-quedas foram entregues à autarquia que depressa tomou as rédeas e segurou as pontas. Contudo, Guimarães teve um forte apoio das associações e dos privados com a manutenção de espectáculos e uma actividade com menos orçamento, mas utilizando a prata da casa. Hoje em dia, a autarquia vimaranense é das que mais gasta na cultura com um orçamento de cerca de 6 milhões de euros.

AS ASSOCIAÇÕES
Tiveram um papel importante durante a Capital Europeia da Cultura, dando a conhecer o que cá se fazia, aos responsáveis da organização. Hoje em dia, o número de associações culturais aumentou e as propostas artísticas também. Destaque para a Associação Convívio, o Circulo de Arte e Recreio, a Outra Voz ou a ADCL, que contribuem, quase semanalmente. para uma programação cultural em Guimarães.

A ECONOMIA
No fim do ano, foi apurado que o investimento em Guimarães 2012 rendeu mais de 85 milhões no PIB nacional. Com um aumento de 106,7% nos postos de turismo e de 65% nas dormidas, Guimarães conseguiu criar um impacto nunca antes visto. Hoje em dia, o número de dormidas e visitas a museus continua a aumentar, mas um pouco longe dos números de 2012.

O QUE FICOU
A Oficina continua a ter o papel mais importante na vida cultural de Guimarães com a gestão do Centro Cultural Vila Flor e do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Centro de Criação de Candoso, e a mais recente Casa da Memória. No entanto, o legado de Guimarães 2012 é pesado e ficou um pouco esquecido. Mas ficou o conhecimento e a experiência de um ano intenso e que agora se vai repartindo por entre festivais, tanto de dança como teatro ou música, ou apenas em pequenos eventos.

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