No Bugalho a nova carta de inverno é do camandro, para não dizer outra coisa

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Numa das ruas mais movimentadas de Guimarães, onde a partilha do chão se faz entre rodas e calçado, encontra-se a nova “tasca moderna” Bugalho, do chef vimaranense Rui Lemos. Souza, para os mais próximos.

Motivos não faltam para ir ao Bugalho, ainda inserido na zona tampão do centro histórico vimaranense, cujo acesso fácil e a localização numa das artérias mais bonitas da cidade transformam este spot num novo “must go” da região norte de Portugal. E nem todos os motivos para o visitar têm de ser gastronómicos: há livros, música, brindes e convívio para viver nesta casa tão familiar como a nossa.

Primeiro, há que apresentar o responsável. Rui Lemos cresceu no berço cultural do território de Guimarães. Foi músico em vários projetos coletivos e a solo, compôs obras para peças de teatro e cinema e cedo percebeu que podia aliar a música a outras vertentes da sociedade. O primeiro (grande) passo neste percurso pelos tachos e panelas foi vencer a edição de 2024 do MasterChef Portugal e, logo a seguir, meter as mãos na massa para saciar a curiosidade de ver pessoas a provar e repetir os seus pratos. Dali até regressar à sua terra natal foi apenas o tempero que faltava num tacho repleto de sabor, tradição e vontade de ter um restaurante de carta própria.

Aberto desde o quente verão de 2025, o Bugalho tem vindo a ganhar espaço entre os restaurantes locais onde se aprecia boa comida. A carta, recentemente renovada, aponta para uma experiência gastronómica à volta dos pratos típicos do Minho, com toques subtis de modernidade; não fosse o chef jovem, arrojado e à procura constante de novas experiências. A sua mais recente tentativa (muito bem-sucedida) foi colocar um Cozido à Portuguesa num rolo, pensado para ser levado enquanto se descobre Guimarães.

O famoso Rei dos Purés é procurado por todo o país e esta ementa de inverno transforma este típico acompanhamento da cozinha portuguesa num obrigatório “tenho de provar isto”, acompanhado por um Osso Buco reconfortante. E, se quisermos ficar pelas carnes, uma entrada de Javali Pingado ou de Escabeche de Pato são alvos de partilha desenfreada. Talvez os Bao Bao’s sejam mais amistosos para os invejosos.

E se ainda hoje se pensa que a cozinha minhota vive apenas das carnes, desenganem-se: o peixe tem aqui uma palavra forte a dizer. Todas as sextas-feiras à noite, a carta desaparece para dar lugar à gula pelo peixe cru, cozido, grelhado ou assado. É como se saltasse diretamente para os pratos e fizesse a festa nas papilas gustativas, pelo preço unitário de 40€, com direito a sobremesa à volta do Toucinho do Céu ou do Pão de Ló, e o típico “vai um café e meio?”. Os vegetarianos também estão salvaguardados, com pratos criativos e inovadores assinados por Rui Lemos.

Se porventura houver planos para experimentar o Bugalho, porque não fazê-lo durante a semana? Os almoços são a cara do chef, com transformações quotidianas de pratos rápidos por 10€, onde se incluem sopa, bebida do dia, sobremesa e café. O espaço está aberto de terça a domingo ao almoço, na peculiar Rua de D. João I, junto a um dos seus mais imponentes pontos de referência: o majestoso e histórico Padrão de S. Lázaro.

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