As artes que estão a invadir Guimarães

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Três open-calls e um bairro inteiro em transformação através da arte colocam o Município de Guimarães a fervilhar de cultura neste verão.

É certo dizer-se que nunca se viu Guimarães assim. Dezenas de artistas e profissionais a trabalhar em conjunto, lugares a reinventarem-se, tudo, numa cidade em constante ebulição. Guimarães vive por estes dias um frenesim quase caótico e com vários pontos de interesse tanto para o público em geral como para pequenos nichos.

Para isso muito contribuiu o apoio da autarquia. Cerca de 400 mil euros fizeram com que muitos artistas e profissionais o setor criativo respirassem após vários meses de interrupção de atividade devido à pandemia do Covid-19.

Guimarães colocou-se a “desconfinar” e lançou open-calls que foram bem acolhidos pela comunidade artística. As centenas de candidaturas recebidas resultaram num vasto leque de propostas que algumas delas já são visíveis pela cidade. Mas vejamos onde é que o público pode encontrar alguns destes resultados.

IMPACTA
Apresentado em 2019, o IMPACTA veio substituir um antigo modelo de apoio aos artistas de Guimarães, mas com uma grande novidade. Agora os artistas podem receber fundos diretamente da autarquia, sem ter que “passar” por uma associação local.

O estímulo para o primeiro IMPACTA de 2020 foi de mais de 300 mil euros e serviu sobretudo para apoiar edições discográficas, pequenos festivais que serão adaptados às novas normas de segurança, percursos artísticos e conteúdos para a futura agenda cultural online de Guimarães.

Por agora podemos ver já alguns resultados como a música nova de Tyroliro, Pedro Emanuel Pereira, Tó Trips no filme “Surdina”, Mira Quebec, entre outros.

BAIRRO C
O projeto mais visível a olho nu da autarquia vimaranense, o Bairro C, tem a promessa revolucionar uma grande área do centro da cidade que ficou esquecida ao longo dos últimos anos. Couros, Caldeiroa, Costeado e Conde Margaride ficam agora ligadas através de um megaprojeto artístico que já começa a dar os primeiros passos.

Envolver a ciência, o conhecimento e a criatividade são alguns dos pontos fulcrais que a Circus Network colocou à prova. Através do graffiti, o coletivo portuense tem já uma artéria de Couros, que liga o Curtir Ciência ao Instituto de Design repleto de cor e arte urbana.

Entretanto outros projetos serão apresentados nos próximos dias, assim como uma conferência sobre o impacto da arte no meio urbano das cidades. Workshops e oficinas serão também agendadas para os próximos dias.

DES-CONFI(N)AR
Pouco a pouco começam a aparecer os primeiros “desconfinamentos artísticos”. Com um orçamento global de cerca de 50 mil euros, o programa des-CONFI(n)AR desafiou os criativos a dar um contributo para um regresso em segurança ao espaço público.

Inseridos neste programa encontram-se “Contar Poetas”, um projeto que ocupa um espaço público com música e poesia e que acontece todos os sábados às 17:00 com uma oficina e às 22:00 com o espetáculo. O local é secreto até poucos dias antes.

Já no Instituto de Design é possível encontrar “Quarteto de Pincéis para uma Tela Só” que reúne os artistas Zé Teibão, Igor Gonçalves, Luís Canário Rocha e Rafael Oliveira.

Outros projetos já se encontram em andamento como são os casos de “Os Seres que Nunca Fomos” e “Em Torno” que procuram contribuições dos vimaranenses.

GUALTERIANAS
Também as Festas Gualterinas deste ano contarão com uma grande mão dos artistas locais. Sem as habituais diversões e com grande parte da programação suspensa devido à proibição de ajuntamentos, Guimarães adaptou-se e quer mostrar a sua força interna.

Cinco projetos artísticos irão aliar-se à pequena mostra dos obreiros da Casa da Marcha na Alameda S. Dâmaso, a uma exposição de cartazes das centenárias festas no Toural e um camião itinerante que irá circular po Guimarães a celebrar os 100 anos de Amália Rodrigues.

As propostas eleitas para este último open-call são uma sessão drive-in no Campo S. Mamede, um painel de azulejos comunitário, arte nas montras das lojas da rua de S. António, uma exposição fotográfica e a criação de máscaras relacionadas com este momento festivo de Guimarães.

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