Críticas Cliché #5

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Sabemos que nos meses de verão os cinemas nunca têm grande coisa boa para ver, por isso as melhores escolhas ficam sempre por casa nos serviços de streaming e no nosso Cineclube de Guimarães.

Mais um mês, mais umas sugestões do vimaranense Nuno Meneses para os leitores do FreePass Guimarães. São filmes que passam pelas normais plataformas de streaming, pelas salas de cinema habituais ou pelo cartaz do Cineclube.

Alien (1979) | Disney +

Finalmente, numa quarta à noite de covid, conseguimos ver o Alien. Supreendeu-me, pela positiva.

Um filme com muito suspense, imagino como se devem ter sentido as pessoas na altura. Começa já na narrativa, sem necessitar de justificar a fundo o porquê de estarem ali. Os puppets são maravilhosos (devia haver mais merch do baby alien). Nos últimos anos era a veracidade que faltava aos filmes de terror, embora voltemos a vê-los cada vez mais, somados a CGI. Plot twist achei que havia um conhecido de todos… mas afinal há mais! Gostei. Apesar de tudo o final é previsível, e todos sabemos que o pobre do gato…

A fotografia é muito boa. A maior parte do tempo estamos “às escuras” ou em contra luz o que ajuda a sentirmos mais o que cada tripulante da nave sentiu.

Jerry Goldsmith, compositor da banda sonora, embora tenha momentos muito bons, nunca me senti totalmente imerso na música; um misto de Star Wars e Odisseia no Espaço, mas que podia ser ainda mais arriscado. Embora, depois de ver o filme tenha ido ouvir a música separadamente e pareceu melhor. Talvez foi problema de masterização.

A única coisa que me tirou do sério, foram as cuecas não servirem à comandante no final; achei distrativo e desnecessário. Sr. Ridley Scott existiam tantas outras formas de mostrar a fragilidade da personagem, naquele momento. Por tudo isto, e tendo em conta quando foi feito, merece 7 estrelas. Para os amantes do cinema e de filmes de terror, este é um dos obrigatórios.

7*

Rick and Morty in the Eternal Nightmare Machine (2021) | Disney +

Não tenho nada de especial a dizer É uma curta… que é demasiado longa.
Teria sido bem mais divertida se fosse jogável.

4*

Bob’s Burgers (2022) | Disney +

Finalmente, um filme de uma das minhas séries preferidas de sempre, Bob’s Burgers. Comecemos pela introdução, a primeira música dá o mood e mote para a diversão familiar que será o filme. A família é como sempre hilariante, e tinha que incluir diarreia!

Com muitas referências a bastantes personagens da série, todas justificadas. Com cantigas muito divertidas que nos animam seja qual for o nosso estado de espírito. É uma bonita história sobre ser sempre optimista num mundo injusto onde há demasiados “lucky ducks”.

Todos sabemos que a história tem que acabar bem, mas como chegamos lá, numa montanha russa de “porque nãos” tal como acontece na série? A diferença entre Bob’s Burgers e todas as outras séries de animação do género? Esta tem mais carisma, mais amor e mais família. E é por isto que vou colocar sempre esta família acima de Simpsons, Family Guy ou qualquer outra.

Se estiverem aborrecidos e sem nada para fazer ou sem saber o que ver, vejam este filme. Vai com certeza animar-vos!

6*

American Psycho (2000) | HBO Max

Que filme alucinado. Que filme atual. Que filme bom.

American Psycho é muito bom. Finalmente conseguimos vê-lo (na HBO Max) e que surpresa. Estava à espera de um filme sobre um assassino em série de alguma forma ligado ao de Hitchcock. Nada disso. Tirando o nome. Batesman – Norman Bates. Talvez seja só coincidência. American Psycho é sobre um ser que tem tudo o que alguém pode ter de errado, a nível social e mental.

Psicótico, instável, egocêntrico, excêntrico, e por aí fora. Tudo o que imagino serem os “grandes senhores” de Wall Street e os senhores da pasta por esse mundo fora. Pessoas a quem um copo sem base arrepia; pessoas que medem o tamanho dos seus falos até com a qualidade dos seus cartões de visita. Realizado há 20 anos, continua atual. Muitas destas psicoses sociais estão agora representadas nas redes sociais, de outras formas.

American Psycho não é sobre um mamífero que foge à regra e se torna serial killer. É como inúmeros mamíferos por essa sociedade fora são psicopatas e psicóticos à sua maneira. É sobre como nos isolamos dos outros e não os escutamos de verdade quando falam connosco. Sobre não prestarmos atenção uns aos outros. Queremos mesmo saber?

Se o Patrick fosse agora um YouTuber que aparentava ser de uma forma ao mundo, e
dava dicas de maquilhagem e cuidado pessoal, continuava a funcionar e seria ainda
mais assustador no mundo atual. Um filme com um final ambíguo inspirado num livro do mesmo género (segundo
investiguei depois de o ver). Gostei muito! Se ainda não o viram, vejam!

8*

Thor: Love and Thunder 2022 | Cinema

O novo filme do Thor não é terrível nem incrível.

É um filme seriamente divertido, não fosse realizado por Taika Waititi. O realizador consegue, mais uma vez, falar de assuntos bem sérios como a adoração a Deuses (deixando bem claro a sua opinião), sempre com um toque de leveza como já nos habituou (por exemplo em Jojo Rabbit). Ainda assim, existem alguns momentos em que o “soco no estômago” passa com demasiada leveza; talvez uns segundos a mais entre seriedade e piada ajudassem a ligarmo-nos mais às personagens.

A premissa inicial é boa; e ficamos com mais vontade de ver Christian Bale a chacinar Deuses, contudo não é isso que o filme nos dá. Taika opta antes por contar a história de Thor Jane Foster. O problema é ela não ser a personagem principal, o que acaba também por lhe retirar importância.

O melhor do filme é mesmo a cinematografia e a direção de arte. Tem alguns momentos em que a fotografia cumpre o papel, mas tem outros onde se destaca; como é o caso do asteróide onde vive o vilão do filme. Durante cerca de meia hora a sala de cinema passa a preto e branco e ficamos imersos na cena.

A banda sonora fica perdida no meio dos Guns N’ Roses; talvez por ser meio genérica, talvez por ser mal aproveitada em proveito dos temas mais conhecidos. Não sei; mas foi um trabalho desapontante de Michael Giacchino, que nos tem habituado a coisas melhores (por exemplo o último Batman).

Não é uma obra de arte, mas também não é suposto. É um filme sobre um Deus controlador de trovões. Entretem-nos e faz-nos rir, mesmo nos momentos mais sérios.

Vão ver ao cinema e julguem por vocês próprios.

6 *

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