Para que não seja só a história medieval a merecer a maior atenção, a Câmara Municipal de Guimarães mantém a intenção de apresentar a proposta da Zona de Couros a Património Mundial da UNESCO.
São diversas as razões para esta candidatura seguir em frente: os tanques de Couros com o seu sistema hídrico, a sua já longa história e um tempo de espera da proposta até 2017, fazem com que Guimarães esteja no caminho correcto para classificar a sua mais antiga zona industrial. O tempo de espera refere-se ao facto de Portugal presidir o Comité do Património Mundial da UNESCO desde 2013, não devendo assim apresentar nenhuma candidatura durante o seu mandato, dando assim tempo à cidade vimaranense para trabalhar na proposta.
Entretanto, a equipa liderada por Alexandra Gesta, que tem vindo a preparar o processo, mostrou outras valências nesta apresentação. O facto do trabalho de cortumes vimaranense ser “único no Mundo” entre 160 analisados, apenas as medinas de Fés (1980), Marraqueche (1985) e Tetuão (1997) são os três casos classificados pela UNESCO que apresentam maiores semelhanças com a Zona de Couros, possuindo áreas de manufaturas de curtumes integradas em contextos urbanos.
No caso de a candidatura ser bem-sucedida, a área de protecção passará a ser cinco vezes superior à actual, criando-se uma zona tampão desde o topo da montanha da Penha, onde nasce a ribeira de Couros, à Veiga de Creixomil, foz de cursos de água, duplicando assim a área classificada como Património da Humanidade.
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